O cheiro de café

Volto à minha infância quando sinto o cheirinho do café sendo coado.

Na memória, lembro aquele pano branco que escureceu com o tempo e, o cheiro que invadia todo o meu ser.

Quando criança, não imaginava que estava registrando algo tão bom! Aquele convívio com minha avó me fez querer aprender a fazer aquele cafezinho, que era tão gostoso.

Na casa da vovó, havia a chamada “despensa”, um cômodo separado onde eram guardados os alimentos, as panelas, os moedores de carne e de café, também os grãos de café já torrados.

Eu, criança, interessei-me em aprender aquela magia de passar o café.

Minha avó prendia o moedor de café na bancada de madeira, regulava a pressão, pois eu não tinha forças para tocar habilmente a manivela.

Fingia por um tempo estar passando o café, e o incrível era que minha avó, apesar de sua pouca paciência me ensinava carinhosamente como passar o café.

Foram momentos inesquecíveis que vivi e dos quais nunca esquecerei.

Hoje ainda lembro do café com broa de fubá. Tendo-os à mesa não os dispenso por nada.

Essa memória estará registrada para sempre em meu coração.

Hairon H. de Freitas

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