
O homem, como um ser animal que é, age mesmo como um, em toda sua essência. Mesmo com uma inteligência preeminente adota os resquícios ancestrais que o remete aos primatas, seja pela genética ou pelo arquétipo psicológico.
Neste pequeno esboço, uma dentre muitas das coisas que mais incomodam as pessoas nos dias atuais é o medo.
As pessoas que somos, agimos ignorando a situação e vivendo como se fossemos pássaros engaiolados, refugiando de seus sonhos e suas metas ao ponto de esquecermos o que são: “escolhas e vontades”.
A pessoa passa a viver fragmentada como se sua essência fora construída em fábrica diferente das pessoas que realizam e criam tendências.
Tudo o que faz a pessoa se esconder, se resguardar, se refugiar, são as escolhas feitas em um momento de descrédito em si mesma, passando a viver como um ser passivo e por sinal incompreendido.
Não existe em nossa essência aceitação sobre esta forma de viver, totalmente ingrata com a perfeição que nos criou.
A natureza é mesmo “Divina”, colocou em cada um de nós a centelha da perfeição, da força, do crédito em si mesmo, da confiança, da preservação, da bondade, do progresso, do amor…
Não há como negar.
Partindo da premissa de que a natureza não erra, de que a natureza nos coloca como seres especiais e capazes, adotaremos o que os grandes mestres defendiam para o melhor crescimento da humanidade.
Vimos em Jesus quando ele disse: “Vós Sois a Luz do Mundo”.

Esta metáfora apresentada por Jesus me recorda Platão com a “Alegoria da Caverna”, quando ele coloca homens vivendo dentro de uma caverna, com as costas voltas para a luz, passando todo tempo a verem somente as suas sombras. Mas quando um homem escapa a caverna que o tem, fica deslumbrado com a luz que o ofusca e quer voltar para acordar os que dormem.
Sabemos o que aconteceu com Jesus que quis acordar a humanidade. Naquele momento foi trágico, contudo não significou interrupção da grande mensagem que ele veio trazer.
Com tantas mensagens de esclarecimento:
Ainda hoje julgamos, por medo;
Ainda hoje castramos, por medo;
Ainda hoje censuramos, por medo;
Ainda hoje estagnamos, por medo;
Ainda hoje agredimos e maltratamos, por medo destas sombras que nos foram apresentadas na caverna.
Se existe uma coisa que torna o homem menos medroso é o enfrentamento de seus medos. O personagem que sai da caverna calçou sua vontade e cresceu em disposição para, mesmo com medo conseguir atingir a luz do sol.
Em nossa caminhada não significa que expulsaremos todo o medo, mas a construção de passos fortes e seguros somente existirá através do método do enfrentamento.
Na caverna vivemos acreditando no descrédito, na maldade, na desconfiança e vendo a maior parte do tempo o mal como se o mesmo fosse gestor e colaborador em todas as atividades.
É mesmo impressionante a face do medo que passa grande parte da vida ou mesmo uma vida inteira a nos comandar.
Às vezes, quando nos deixamos levar pela comodidade, que é uma forma mais forte de embotamento, colaboramos em deixar a “vida nos levar” e a luz só fará presente pelo uso da inteligência e pela quebra das crenças que impactaram toda nossa gente, que foi aplicada principalmente pela cultura ortodoxa, que tomou as rédeas de grande parte da humanidade referindo ao aspecto e domínio de seus crentes e pupilos.
Foi estridente e contagioso o imperialismo e absolutismo que remeteu o homem a um ser passivo, vivendo de promessas qual o pai faz a seus filhos, mas que na verdade nunca vêm a se cumprir.
A religião e o estado, qual patriarca, assumiram a posição de pai que fala aos filhos: meus queridos eu proverei, eu sou a responsabilidade, eu pronuncio e eu os protejo aqui e após as suas mortes.
A vida nos concede o retorno ao modo natural do ser encarando frente a frente a verdadeira luz que nos levará num caminho cheio de maravilhas.
Acreditando neste retorno, o medo vai reduzindo em proporção e entenderemos que somos fortes, já que a vida nos quer trilhando a certeza e a segurança, dando crédito à essência que existe em todo homem.

Finalizando, quanto ao “Medo X Alegria” a exposição abaixo basta. São palavras que apresentam como imagens vivas em nossas mentes que promovem perdas e ganhos, pois:
Sentir medo precipita a dor;
Sentir alegria promove a cura;
Sentir medo afasta pessoas;
Sentir alegria aproxima pessoas;
Sentir medo agride pela timidez e pela desconfiança;
Já sentir alegria mantem uma energia própria dos anjos, que proporciona uma satisfação infinita de viver, viver e continuar vivendo com a consciência despertada pela inteligência e pela aceitação de sermos simplesmente nós mesmos, sem máscaras ou medos.

Já despertos, acreditando que somos realmente a luz do mundo que leva o ensinamento, palavras sãs e a crença no ser humano, adotaremos a postura de não mais aceitar criticas ou censuras, seremos entendedores profundos da doença que assola o planeta e de sua cura, que está sendo paulatinamente descoberta. Esta doença é, nada mais nada menos, que o medo.
Hairon H. de Freitas