De Mário Quintana

De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo algumas necessidades, antes fundamentais e que hoje chegam a ser insignificantes. Vai reduzindo a bagagem e deixando na mala apenas as cenas e pessoas que valem a pena. As opiniões dos outros são unicamente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós, não têm a mínima importância.

Vamos abrindo mão das certezas, pois com o tempo já não temos mais certeza de nada. E de repente isso não faz a menor falta. Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado, mas sim a vida que cada um escolheu experimentar.

Por fim entendemos que tudo que importa é ter paz e sossego. É viver sem medo, e simplesmente fazer algo que alegra o coração naquele momento. É ter fé. E só.

O cheiro de café

Volto à minha infância quando sinto o cheirinho do café sendo coado.

Na memória, lembro aquele pano branco que escureceu com o tempo e, o cheiro que invadia todo o meu ser.

Quando criança, não imaginava que estava registrando algo tão bom! Aquele convívio com minha avó me fez querer aprender a fazer aquele cafezinho, que era tão gostoso.

Na casa da vovó, havia a chamada “despensa”, um cômodo separado onde eram guardados os alimentos, as panelas, os moedores de carne e de café, também os grãos de café já torrados.

Eu, criança, interessei-me em aprender aquela magia de passar o café.

Minha avó prendia o moedor de café na bancada de madeira, regulava a pressão, pois eu não tinha forças para tocar habilmente a manivela.

Fingia por um tempo estar passando o café, e o incrível era que minha avó, apesar de sua pouca paciência me ensinava carinhosamente como passar o café.

Foram momentos inesquecíveis que vivi e dos quais nunca esquecerei.

Hoje ainda lembro do café com broa de fubá. Tendo-os à mesa não os dispenso por nada.

Essa memória estará registrada para sempre em meu coração.

Hairon H. de Freitas

O Sol

Parece Santo

Que o acaso espanta

Acatou a regra

Alimentando a todos

Em momentos oportunos

Me cubro de alegria

Se saio ao encontro

Do mar que me encanta

Ele mede instantes

O calor que estima

Se é bravo conosco

Corro ao encontro do desvio

Deveras acortinado

Feito em hastes de aço

Me facilitando a vida

Grandioso que és

Charmoso com muitos encantos

Agradeço pela manhã

E pela tarde

Sua grandiosa existência

Contudo ainda parece

Um Santo

Com sua brilhosa aureola

A todos iluminando

Hairon H. de Freitas

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

Tarde de estudos

A tarde bravia
Enche-me de bons momentos
Aturdido estou
Encontrando-me com a dor
Dor que devora minh’alma
Que destroi aos poucos quem sou
De um momento a outro
Sinto-me transformado
Liberto da cela
Quando a luz de uma simples lanterna
Invade meu ser com o saber
Que me aborda
E arrebata a ignorância

Hairon H. de Freitas

Eu não entendo

Admirado é pouco

Assistindo na tv

O congresso a defender

Um psicopata assassino

Eu não entendo

Mas como pode

Às claras da população

Deputados defendendo de montão

Quem contratou mais um bandido

Para dar fim a uma mulher

Que defendia com afinco

O povo pobre da região

Olha só que sensação

Eu não entendo

Falando na Tv

Todos conhecendo o porquê

Aprovando a liberdade

De quem matou com crueldade

O futuro de uma mulher

De uma família

Dos amigos

E de brasileiros que acreditavam

Com certeza

Em sua fala destemida

Corajosa

Eu não entendo

Como pode uma nação

Aceitar os que defendem

A morte e o matador

Que não acreditam em outra dor

Além da sua percepção

Eu não entendo

Muitos brasileiros

Conhecendo o assassino

Ainda o defendem

Assistindo aos congressistas

Ainda os defendem

Finalmente

Eu não entendo

Hairon H. de Freitas

Lançamento Antologia Poética Sky Culture Magazine

A Sky Culture Magazine, revista eletrônica hospedada em página do Facebook, que faz publicação diária, reunido diferentes textos (em português, francês, inglês, espanhol e árabe) desde críticas literárias à poesias, lança em evento virtual neste próximo sábado, 6 de abril, às 19:30, com transmissão ao vivo pelo YouTube do Julimar Silva (Neste link: https://youtube.com/live/q7sFboZ8r30?feature=share sua primeira Antologia Poética – Sky Culture Magazine.

O Projeto literário multilíngue (português, inglês, espanhol e árabe) reúne poetas de vários estados do Brasil e até mesmo do exterior.  A Antologia Poética – Sky Culture Magazine, em versão e-book, é uma idealização e organização do escritor, ativista cultural e professor caxiense, Gilvaldo Quinzeiro.

Participam poetas dos seguintes estados do Brasil:  Paraíba, Tarciso Martins, Mirtzi Lima Ribeiro, Saulo Mendonça, Diana Limeira; Maranhão, Xavier Costa, Edinaldo Reis, Ribamar Rodrigues, Alberto Pessoa; Rio de Janeiro, Luciana Gonçalves, Hairon H. de Freitas; São Paulo, Dante Gatto; Piauí, Carlos G. Vilarinho.

Participam também poetas convidados de outros países, a exemplo de Chokri Omri e Hadil Fethi Abidi, Tunísia e Mariena Padilla, México. 

Cada autor participa, com uma breve biografia, com 4 poemas e uma foto. No total, são 15 participantes, 120 páginas. O prefácio é de Gilvaldo Quinzeiro.

 O livro já com ficha catalográfica, é um projeto gráfico de Marina Marino, editora da Revista Voo Livre, onde o livro ficará disponível após o seu lançamento. 

Segundo Gilvaldo Quinzeiro, o objetivo do projeto é aproximar as pessoas através da literatura, não obstante suas diferenças regionais, culturais e linguísticas.

 A programação de lançamento, ocorrerá no “Baralharte”, um bate-papo virtual, também idealizado e ancorado por Gilvaldo Quinzeiro, que reúne aos sábados à noite, filósofos, escritores, jornalistas, estudantes de várias partes do Brasil, que contará na edição do dia 6 de abril com a participação dos autores da Antologia Poética – Sky Culture Magazine.

Tenho tanto sentimento

Tenho tanto sentimento

Que é frequente persuadir-me

De que sou sentimental,

Mas reconheço, ao medir-me,

Que tudo isso é pensamento,

Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,

Uma vida que é vivida

E outra vida que é pensada,

E a única vida que temos

É essa que é dividida

Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é verdadeira

E qual errada, ninguém

Nos saberá explicar;

E vivemos de maneira

Que a vida que a gente tem

É a que tem que pensar.

Fernando Pessoa

A Dor da Indiferença

Enquanto assistia ao filme “Click” com o ator comediante Adam Sandler, uma cena de seu personagem em contato com seu pai mostrou o tamanho da indiferença de um filho que só preocupava em ganhar dinheiro e se mostrava totalmente desligado da familia. Não tem como não se emocionar diante de tamanha indiferença!💕Foi nesse instante que comecei a escrever esse poema que sacudiu meu emocional🌿“A dor da Indiferença”