Você já se escutou hoje?

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Você já se escutou hoje?
Que pergunta, hein?
Pois é, a nossa capacidade de escutar os outros passa primeiro pela acuidade de escutarmos bem a nós mesmos.
Normalmente, se pararmos um pouco, se tirarmos um tempo para nós mesmos, ouviremos: reivindicações, desagrados, dores e acima de tudo raiva, muita raiva.
Só que no dia a dia não nos ouvimos e passamos a vida carregando um sentimento impróprio, segundo a natureza de que Deus nos criou.
Nossa natureza é própria para a felicidade e para isso precisamos pensar os nossos sentimentos que podem estar carregados de uma emoção doente, impropria e insana.
Às vezes, quando nos escutamos, a emoção fala em: raiva, angústia, medo, depressão. Esses sentimentos acabam nos sintonizando com pessoas que alimentam este mesmo sentir, que por sinal é super inadequado.
Daí saímos pra rua, encontramos pessoas com este modelo e queremos discutir, ficamos ansiosos, tensos e queremos brigar, tudo isso por causa da sintonia.
É como se diz: você arruma a cama em que vai se deitar. Para evitar este tipo de situação, precisamos entrar em um acordo conosco mesmo, passarmos a perdoar e não guardarmos ressentimento, o que é extremamente nocivo ao nosso bem estar.
Muitas vezes ficamos esperando que alguém faça algo pra gente sem que a mesma tenha essa obrigação. Passamos a cobrar e ficamos magoados se a pessoa não faz. É uma das coisas que mais acontecem em nossa sociedade. Somos extremamente críticos e donos da verdade. Outras vezes assumimos a condição de inquisidor-mor, que gradua a crueldade dos castigos que passarão a vigorar a partir do momento em que a pessoa não atendeu às nossas insanas expectativas.
Quanta criancice de emoção, quanta infantilidade que carregamos, como, por exemplo, o sentimento medíocre de vítima. Passamos pela vida culpando Deus e o mundo pela nossa penúria.
Já passou da hora de assumirmos a nossa condição de maior idade e entendermos que a vida não foi feita para ficarmos reclamando ou nos passando por vítimas. A vida é boa pra se viver quando não pensamos em prejudicar outras pessoas, nem por pensamento; quando não ficamos criticando ou cobrando das pessoas o tempo todo, parecendo que somos seres perfeitos; quando entendemos a fragilidade pela qual todos passamos, pois somos humanos e vivemos num sistema de interação; quando enxergamos que o próximo também está à procura do melhor e merece respeito; quando não nos vitimamos; quando não ignoramos pessoas, sendo que as mesmas são a base para uma vida melhor e mais feliz; quando perdoamos os deslizes que a nossos olhos aconteceram.
A autoeducação é uma base que precisa ser consolidada e tornar-se cada vez mais forte. Precisamos nos escutar e captarmos nossas fraquezas, estudá-las e analisá-las por completo, perscrutando a nossa razão moral, que considero a lei básica e divina que possui a condição de nos educar.
Hairon Herbert de Freitas

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