Vivemos dias difíceis, mas esses dias existem desde quando o homem é homem e aqui chegou. Não há mudança em um mundo onde a moral e a ética são jogadas pra baixo do tapete; não existe paz de consciência quando um homem provoca a derrocada de um outro; e não existe ambiente propício ante pessoas de má índole e sem princípios básicos estruturados conforme as orientações dos grandes mestres e filósofos.
Quando chegava o Natal, em nossos anos de maior inocência, apreciávamos a proximidade com a esperança e a alegria de uma criança. Com a maturidade, passamos a compreender que esse convite se espira rapidamente, com a velocidade da cavalgadura armamentista pelo mundo.
Por não termos perdido toda a esperança é que precisamos alimentar e fortificar os conceitos dos que insistem em criar um mundo melhor e mais cheio de paz.
Em nossa infância, queríamos um momento natalino cheio de presentes dentro de nossa família. Hoje sabemos que não é só um natal familiar que vai alterar a paisagem de uma cidade, de um país ou do mundo. Sentimos a necessidade de provocar o belo, mesmo em meio a acontecimentos tristes, como as guerras.
Chega o Natal e continuamos guerreando, destilando ódio com tristes repercussões ao nosso redor. Esse acumulo de ódio, destilado por cada habitante de nosso planeta, vincula-se ao ódio dos governantes formando uma massa trevosa concretizada por meio dos comandos militares.
Dessa forma, o ódio de um habitante faz toda diferença, assim como uma gota d’água faz a diferença em um lago.
Aqueles que se desvincularam desse ódio conseguem não mais ser tocados pela intolerância, pela inveja e pelo rancor que, infelizmente, ainda são tão presentes no mundo. Sabemos que não se molda o caráter de um dia para o outro mas, quando nos afastamos da disseminação do ódio, é como se uma pessoa, aquecida por uma fornalha, dela se afastasse para se refazer.
A chegada do Natal é mais uma oportunidade para que nos afastemos dessa fornalha pavorosa; é o meio coerente de tomarmos fé na mudança de nosso mundo; é a esperança sendo brotada, mais uma vez, em nossas vidas.
Hairon H. de Freitas